terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Longitude
Postado por Flora às 23:54 1 comentários
domingo, 25 de outubro de 2009
Tarde no parque
Momentos de quase não são tudo, não são pouco. Momentos de talvez suprem a falta e mantém as possibilidades. O cinema demostra o amor maravilhoso, momentos de cinema, de filmes, de sexo, de piqueniques. A vida destrói, a chuva cai sobre toalhas xadrez, o trabalho não permite tempo para o cineminha em dias de semana, nem todo mundo mora sozinho. As coisas não são fáceis para ninguém em meio a tanto extresse, muito menos para os apaixonados. Como passar todos os dias juntos? Como suprir os desejos do coração? O mundo de imediatismos barra o amor. Pais, filhos, amigos, o que não barra o amor a não ser ele próprio?
Quero meus horários de almoço, quero meus piquiniques, quero meu filme. Os livros que vou ler só falarão de amor, para que assim eu não vire mais um pessimista. Quero acreditar no amor. Acreditar na vida que não é impossível e que impossibilita o que mais quero. Quero amar, quero ser amada. Quero tempo e relaxamento, não quero yoga nem tai chi chuan, quero mais. Quero tudo, sempre quero. Se não faço sentido muito menos o faz o amor.
Flora S.
Postado por Flora às 22:09 2 comentários
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Es gibt kein Perfekt
Água que é água não fica parada
Seja poça d'água
Seja rio
Seja correnteza
Seja beleza
Água só é água quando saí da podridão
Tem de correr pelo mundo todo
Pode se perder em pontes de hidrogênio
Pode se espalhar pela radiofrequência
Pode se perder em rumos distantes
Pode ser
E se o que te incomoda é um detalhe, esqueça
Perfeccionismo não cria mundos
Não cria real
Não cria papéis
Será que o todo não influência no pouco?
Perdeu-se num trecho?
Julgou o mundo pela janela?
Vidraça.
Água que é água não fica parada.
Flora S.
Postado por Flora às 17:08 1 comentários
domingo, 27 de setembro de 2009
Tempo extra
Eu pulei as folha varridas pelo vento, não que a mulher chama-se vento, o que é pouco provável, mas assim soava mais poético. Atravessei uma poça de água suja que corria em alta velocidade. Observei o homem que ajudava um morador de rua a se deitar. Entrei na livraria, comprei meus livros. Atravessei prateleiras, descobri histórias. Histórias saíram de livros, mangás, quadrinhos, quadros, ruas e paisagens. O mundo saía das palavras amontoadas em frases desconexas.
Quando se pensa demais as coisas se embolam. A escrita se torna difícil, é muita coisa pra se juntar. Idéias que estavam na cabeça vão rápidas demais para se fixarem no papel. A tinta é muito lenta, a pena arranha demais. Em cada rabisco se perdem mil conjuntos.
E eu queria mesmo era falar das liberdades. Pois bem, as vi. Vi crianças rodopiando, dando cambalhotas e bamboleando. Vi adultos se beijando enquanto o sorvete derretido escorreria pelas mãos meladas de um deles. Vi mulheres admirando vitrines. Vi homens ouvindo música. Vi jovens discutindo o programa de ontem. Vi. Vi sim. Eu vivi.
Flora S.
Postado por Flora às 00:21 2 comentários
sábado, 22 de agosto de 2009
Poço do atire-se
Autorizo que escapem da comodidade do sim
Saim da rotina prum mundo sem fim
Autorizo primeiras impressões erradas,
assim como primeiras impressões corretas
Adivinhe o que sou ou encarem o momento do encontro
Descubra o mistério e percam o temor
Descubra a verdade que está dentro de mim
Engane as mentiras que vão ter perseguir
Engane as notícias que vão te confundir
Seja, pense, perceba
Corra, compre-se, venda-se
Acabe, entregue-se, perca-se
Flora S.
Postado por Flora às 21:19 1 comentários
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Ataque nuclear
Eu fugiria, se não fossem tantos. Era o meu amor e seus amigos. Eu fugiria se ele não estivesse ali, pedindo, implorando pela vida. Eu sei que evitaria os momentos a sós, os momentos românticos, os olhos nos olhos. Mas como o fazer se a cada passo eu sentia minha nuca queimar ao ser observada? Como?
Nunca fingiria que o olhar não era forte e que o momento não era propício. Não existe momento propício para começar amar, para continuar amando e para se parar de amar. Amor é tão natural e tão incrível, mesmo que o mundo todo conspire contra ele. Amor se fortalece nos momentos triste, se despedaça nos momentos infelizes. Amor não tem regra, assim como eu e você.
Não quero ir com eles. Mas não quero ficar só. Eu o quero, você me quer, isso não é o bastante? Algumas vezes não. Às vezes o que queremos é o tudo, o completo e o cheio. Se eu corro ou se eu fico nada muda. Eu posso ser mais uma assustada pelo amor que arrebata. Você pode ser um homem mimado que consegue o que quer. Pouco me importa, o que quero é ser feliz. Quero te fazer feliz. Assim eu não fujo. Fico e encaro o momento. Eu vejo, eu sei. Nós fomos feitos um para o outro, pelo menos no agora.
Postado por Flora às 19:19 0 comentários
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Maybe a return
Escuto-me, perco-me, encontro-me
Em meio aos sons externos me extremesso
Para cada caminho perdido encontro atalhos
E em cada atalho me confundo mais e mais
Como explicar a solidão do coração humano
Coração que bate e rebate em doses cavalares de emoção
Como não sentir cada tapa dolorido sobre o vermelho tinto
Como evitar as emoções intensas?
Não, nunca as evito
Não é que eu admire palavras complexas,
Mas necessito da expressão por meio delas
Almas complicadas
Explicações confusas
Negritude branda
Como se ver em um espelho quebrado?
Pedaços que não se encaixam, se soprepõe
E pulo e caio e grito e canto e choro e sorrio
Felicidade compartilhada é mais feliz
Amor correspondido é mais gratificante
Dor declamada dói mais, dói menos
Tudo se modifica quando o um adiciona outros números
Logo vem um número a mais, quer ser um deles?
Flora S.
Postado por Flora às 01:04 0 comentários