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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Longitude

Quando se dizem as mesmas palavras repetidamente elas perdem o sentido. Quando elas nunca se modificam não se sabe mais o que é verdade e o que é repetição. E aí o que era pra ser bonito vira frustração. O que era pra manter a conquista vira destruição. Porque tudo precisa de manutenção. O companheirismo deixa de ser lado a lado quando as pessoas não compartilham seus momentos. A amizade mais bonita pode acabar no esquecimento, em dias sem se ver, anos sem ter notícias. O amor considerado puro pode se perder na falta de carinhos, na falta de trocas de olhares e de falta de encontros.
É assim que tudo funciona, através da manutenção. E o conhecimento, uma vez obtido é facilmente perdido. Lembre-se dos nomes científicos da escola ou daquela faculdade de outrora. Lembre-se do nome da doença da qual uma vez ouviu falar. Lembre-se da tabela períodica. Quais as camadas atômicas do Molibdênio? É o 42 o número mais poderoso ou só por ter sido repetidas vezes que se tornou tal coisa? E tudo pode se perder no vazio, na falta, no nada. Então, será o nada realmente um nada ou um amontado de esquecimentos que não foram resgatados? Perder-se é fácil. Encontrar-se também.
Que todos se percam inúmeras vezes, para que possam se reinventar. Cada novidade é um todo a mais e um nada a mais. Tudo como sempre nada e todo, tudo como sempre paradoxo e tal. Que palavras soltas se interliguem. Que ligações deixem de ser obrigações e sim prazeres. Que o amor seja amor presente. Que o amigo esteja sempre ao lado. Que o colega nunca vire passado. E que o passado nunca seja esquecido. Porque tudo o que passou já foi presente e o atual não é pra ser deixado de lado. Mas que o presente não necessite de estar sempre cheio, porque uma vez lotado fica fácil deixar que as coisas se escapem. Que equlibrem o todo e o nada. Que essas palavras tornem a ser vazias como outrora foram.

Flora S. (vazia)