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sábado, 26 de abril de 2008

Sem borracha

Sinceramente, foi um mês cheio. Muitos acontecimentos, mudanças, ares. Mas o melhor de tudo foi como o pensar evoluiu. Ah, o blog ficou vazio. Tragédia.
Para hoje, something.


Sem borracha

Eu quero falar da beleza do ar, do amarelo do sol e do verde das flores. Quero falar da beleza dos sorrisos, sejam de gentes, de bichos ou de cores. Quero ouvir a ressonância do som mais belo. Quero falar do brilho que passa pela poeira vazia. Quero dizer do filme que vi ontem. Talvez cantar um pouco da música dessa manhã.
A lua me disse um "oi" ontem de noite. A rua me mostrou a mais nova melodia. A nuvem se desenhou da mais bela forma. O cão pulou em minha janela. A água respingou em meus cabelos. A comida de mais belas formas. A natureza de mais belo cheiro com as melhores idéias. Ainda gostaria de contar sobre o momento em que o sorriso mais me valeu, mas aí seria muito para um texto.
A beleza do mundo é maior do que a imaginada. Só que todos aprenderam na infância que o bom é depreciar. E os erros se tornam maiores do que são. Os acertos são ignorados em plena ignorância mundial. E o que era já não mais é. O que se foi não se pode mais ser. O que será deixa de preocupar.
Mas isso tudo, pois eu queria escrever uma coisa bonita. Isso está tão difícil ao ver o mundo.

Flora S.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Eu vi


Andava calma, entre amigos. Mas o tempo parou. Foi um segundo quando eu vi aquilo. Percebi que todos iriam concordar comigo. Vi o sonho logo em frente. Vi que ele chegava lentamente. Apenas ele, mas eu havia parado de andar, meus amigos eram pessoas que não poderia jamais deixar para trás. Permaneci quieta. Em silêncio, admirando. Ele veio, me sorriu. Estava sozinho. Seu sorriso cor da lua, seus olhos cor do sol. E tudo para mim perdeu o porquê. Eu perdi razões, perdi palavras e pensares.
Ele ainda me olhou mais intensamente. Fiquei envergonhada. Ele conversava e o tempo parado. Eu, sempre eu, e ele. Dois em um mundo cujas tristezas já não mais existiam. Eu fingia sorrir, pois ao mesmo tempo tinha medo. Um medo tão bonito, tão próprio. Perdi a noção do tempo, mas que diferença faria? O mundo já não tinha mais tempo mesmo. O tempo já não tinha mais tempo para mim. Eu era muito para caber nos ínfimos segundos e nas poucas palavras. Me mantinha em silêncio, como podia eu chorar mais?
Como podia meu coração gritar tanto? Ele fugia de mim, não ELE, meu coração. Eu ainda tentava manter-me em meu lugar e tudo o que via era belo. As folhas que não se mexiam com o vento. O ar sem brisas, o sol que brilhava sem machucar. As abelhas de asas paradas, as flores que esperavam para poderem se movimentar.
O mundo parou, mas apenas para mim. Até que o aperto veio. O escuro se tornou real, ele parou de rir, ele olhou-me fundamente e disse:
-Durma.
E eu dormi, caí. Escutei o mundo novamente, todos gritavam. Eu dormia. Meus amigos se mantinham em desespero. E cada vez mais o mundo se tornava outro. Eu não vi. Não vi mais nada. Perdi o tudo. Mas outra luz virá, será?

Flora S.