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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Liberto-as


Eu tomei um sorvete comigo mesma. Chorei a tristeza de ser triste. Gritei a felicidade das coisas pequenas. Reclamei do vento que amo tanto. Adorei o que me incomoda. Pensei no que te dizer.Não disse o que queria falar. Esperei o momento da conversa. O momento passou. Li textos e senti. Chorei por poemas bobos, não, chorei mesmo por mim mesma. Os poemas bobos apenas foram uma boa desculpa.
Mas o início era de poema. O final tornou-se um conto. A junção dos dois não fez nada belo, mas não criou um monstro de Halloween. É mesmo, hoje é Halloween, talvez seja o por isso das máscaras. Das minhas máscaras de hoje. Máscara do sorriso, a do choro, a do grito, a do pensar. Tive tantas apenas hoje, talvez mais do tive uma vida inteira. Não que minha vida seja muito longa, não que eu tenha cem anos. Mas também não sou uma sem anos. Tenho idade, ainda que não avançada.
Amontoei palavras em um bolo. Esperei que elas se organizassem. Mas como podem as palavras se colocarem em ordem quando quem as escreve não sabe ordenar? Devo aprender a mandar nelas. Mas não quero. Quero que elas deixem os meus lábios e marquem os que as ouvem livremente. Não vou forçá-las a sair, principalmente porque não o quero. Se não me forço a fazer nada, porque forçarei as palavras? Não, engano-me, eu me forço a fazer muitas coisas. O que não gosto e o que gosto. O que é bom e o que é ruim. Eu me forço, me forçam. Mas as palavras são livres, pelo menos as minhas.

Flora S.

3 comentários:

Unknown disse...

Lindo post da menina de palavras livres.
Quantos questionamentos à liberdade atualmente hein?
Que conveniências te prendem?
beijos,
eu (lógico)

Filósofo da pochete azul disse...

olá menina!

q chique seu bolo...

mas depois a gente conversa sobre esse conto... porque de contos eu as vezes até epnso que tô ficando entendido...

Anônimo disse...

Bela menina sem idade, você cresceu. Palavras estão cada vez mais empilhadas. Logo elas irão formar um caminho sem máscaras.
Colombina